Milhares de pessoas foram às ruas em Buenos Aires contra Cristina Kirchner
Um panelaço que reuniu milhares de pessoas em várias cidades na Argentina e também grupos no exterior revela o descontentamento de parte da população com o governo e a divisão da sociedade argentina.
09/11/2012
No protesto de quinta-feira, batizado de 8N (8 de novembro,2012), a maioria dos manifestantes em Buenos Aires vestia camiseta branca, erguia bandeiras e globos azuis e brancos, cores da bandeira argentina, batia panelas, garrafas e pratos em vários pontos da capital.
Eles exibiam cartazes com as frases: "Liberdade", "Imprensa livre", "Chega de inflação", "Basta de corrupção" e "Não à reforma da constituição para terceiro mandado da presidente".
O protesto foi realizado também em frente à residência presidencial de Olivos, onde a presidente mora, e está a pouco mais de uma hora do centro de Buenos Aires. Manifestantes argentinos fizeram protestos no exterior - em Sydney, Londres, Roma, Madri e Nova York - e no interior - em cidades como La Plata, Mendoza, Tucumán, Rosário e Salta, entre outras.
"Não tenham medo, isso, sim, é democracia", dizia um cartaz em Córdoba. "Chega de mentiras", dizia outro cartaz em Tucuman. Muitos também cantavam o hino nacional do país.
Movimento 8N
O protesto foi convocado inicialmente através das redes sociais até ser notícia nos principais jornais do país nos últimos dias.
Na ultima semana, foram espalhados cartazes pela cidade, com campanhas de "sim" e "não" ao 8N, confirmando a divisão dos argentinos em relação ao governo.
Na véspera, um apagão, em um dia de calor recorde, que deixou mais de um milhão de usuários sem luz, semáforos desativados e afetou até a Casa Rosada, a sede da presidência da Argentina, aumentou o mau humor de muitos argentinos.
"Pago meu impostos, trabalho, educo meus filhos e quero respeito por parte do governo", disse uma engenheira de 37 anos que mora no bairro de Belgrano e pediu para não ter o nome revelado.
Um senhor de 75 anos, de camiseta branca e calça de tergal azul marinho, disse que era a primeira vez que participava de um protesto: "Eu vim de camiseta branca porque disseram que vieram nos atacar. Camiseta branca é a da paz", disse o advogado aposentado.
A manicure Aleida Gomez disse que decidiu participar do protesto no ultimo minuto.
"Vou ficar um pouco e vou embora. Já fizemos muitos protestos e nada mudou. A presidente continua sem ouvir nossas demandas e os que têm dinheiro continuam viajando para o exterior mesmo com a reclamação contra o controle de dólares", disse.
Manifestantes levaram cartazes com diversas reivindicações
A revista Noticias, de Buenos Aires, publicou uma matéria de capa sobre a sociedade dividida, entre antikirchneristas e kirchneristas. Ou seja, os que reprovam as medidas e o estilo do governo e os que apoiam o governo nacional.
Classe média
Para evitar a politização das manifestações, políticos de oposição fizeram apelos para que deputados e senadores não comparecessem ao encontro.
"A manifestação foi espontânea e não podemos prejudicar uma bandeira que é popular", disse a deputada Victoria Donda.
Vozes do governo criticaram o protesto. "É coisa da ultradireita", afirmou o deputado Aníbal Fernandez, ex-ministro do governo de Nestor Kirchner
Apoiador do governo, Ricardo Forster disse: "muitos lugares não fizeram protesto. A Argentina não é só Buenos Aires, Mendoza e Córdoba. É mais", disse. O líder social Luis D'Elia, que apoia o governo, disse que "a população tem direito de se expressar" e que nós também faremos nosso protesto, no dia dez de dezembro para aprovar a lei de mídia", afirmou.
Analistas políticos ouvidos pela BBC Brasil, Jorge Giacobbe, da consultora de opinião publica, Giacobbe e Associados, e Mariel Fernoni, da Management&Fit, observaram que a maioria da população argentina é de classe média e a "atitude da presidente não é tolerada", disse Giacobbe.
Mariel entende que o governo não fala sobre os assuntos que preocupam os argentinos, como a inflação e a insegurança pública e esta atitude, afirmou, contribuiu para queda na popularidade da presidente.
Em debate na TV C5N, o apresentador disse: "Parece que passou a ser pecado ser de classe media na Argentina. Somos um país de classe média, mas agora o governo parece ser contra essa classe e foi ela que protestou hoje em sua grande maioria", disseram.
No protesto de quinta-feira, batizado de 8N (8 de novembro,2012), a maioria dos manifestantes em Buenos Aires vestia camiseta branca, erguia bandeiras e globos azuis e brancos, cores da bandeira argentina, batia panelas, garrafas e pratos em vários pontos da capital.
Eles exibiam cartazes com as frases: "Liberdade", "Imprensa livre", "Chega de inflação", "Basta de corrupção" e "Não à reforma da constituição para terceiro mandado da presidente".
O protesto foi realizado também em frente à residência presidencial de Olivos, onde a presidente mora, e está a pouco mais de uma hora do centro de Buenos Aires. Manifestantes argentinos fizeram protestos no exterior - em Sydney, Londres, Roma, Madri e Nova York - e no interior - em cidades como La Plata, Mendoza, Tucumán, Rosário e Salta, entre outras.
"Não tenham medo, isso, sim, é democracia", dizia um cartaz em Córdoba. "Chega de mentiras", dizia outro cartaz em Tucuman. Muitos também cantavam o hino nacional do país.
Movimento 8N
O protesto foi convocado inicialmente através das redes sociais até ser notícia nos principais jornais do país nos últimos dias.
Na ultima semana, foram espalhados cartazes pela cidade, com campanhas de "sim" e "não" ao 8N, confirmando a divisão dos argentinos em relação ao governo.
Na véspera, um apagão, em um dia de calor recorde, que deixou mais de um milhão de usuários sem luz, semáforos desativados e afetou até a Casa Rosada, a sede da presidência da Argentina, aumentou o mau humor de muitos argentinos.
"Pago meu impostos, trabalho, educo meus filhos e quero respeito por parte do governo", disse uma engenheira de 37 anos que mora no bairro de Belgrano e pediu para não ter o nome revelado.
Um senhor de 75 anos, de camiseta branca e calça de tergal azul marinho, disse que era a primeira vez que participava de um protesto: "Eu vim de camiseta branca porque disseram que vieram nos atacar. Camiseta branca é a da paz", disse o advogado aposentado.
A manicure Aleida Gomez disse que decidiu participar do protesto no ultimo minuto.
"Vou ficar um pouco e vou embora. Já fizemos muitos protestos e nada mudou. A presidente continua sem ouvir nossas demandas e os que têm dinheiro continuam viajando para o exterior mesmo com a reclamação contra o controle de dólares", disse.
Manifestantes levaram cartazes com diversas reivindicações
A revista Noticias, de Buenos Aires, publicou uma matéria de capa sobre a sociedade dividida, entre antikirchneristas e kirchneristas. Ou seja, os que reprovam as medidas e o estilo do governo e os que apoiam o governo nacional.
Classe média
Para evitar a politização das manifestações, políticos de oposição fizeram apelos para que deputados e senadores não comparecessem ao encontro.
"A manifestação foi espontânea e não podemos prejudicar uma bandeira que é popular", disse a deputada Victoria Donda.
Vozes do governo criticaram o protesto. "É coisa da ultradireita", afirmou o deputado Aníbal Fernandez, ex-ministro do governo de Nestor Kirchner
Apoiador do governo, Ricardo Forster disse: "muitos lugares não fizeram protesto. A Argentina não é só Buenos Aires, Mendoza e Córdoba. É mais", disse. O líder social Luis D'Elia, que apoia o governo, disse que "a população tem direito de se expressar" e que nós também faremos nosso protesto, no dia dez de dezembro para aprovar a lei de mídia", afirmou.
Analistas políticos ouvidos pela BBC Brasil, Jorge Giacobbe, da consultora de opinião publica, Giacobbe e Associados, e Mariel Fernoni, da Management&Fit, observaram que a maioria da população argentina é de classe média e a "atitude da presidente não é tolerada", disse Giacobbe.
Mariel entende que o governo não fala sobre os assuntos que preocupam os argentinos, como a inflação e a insegurança pública e esta atitude, afirmou, contribuiu para queda na popularidade da presidente.
Em debate na TV C5N, o apresentador disse: "Parece que passou a ser pecado ser de classe media na Argentina. Somos um país de classe média, mas agora o governo parece ser contra essa classe e foi ela que protestou hoje em sua grande maioria", disseram.
Fonte;bbc brasil
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