Agricultores americanos enfrentam a pior seca dos últimos 50 anos

A seca nos EUA atingiu quase todo o país e a cultura mais afetada é o milho. A produção do grão deverá cair quase 28% em relação às previsões.

A seca que atinge os Estados Unidos levou o Ministério da Agricultura do país, maior produtor mundial de grãos, a reduzir ainda mais as previsões para a safra. A cultura mais afetada pela estiagem é o milho, que deverá ter queda na produção de quase 28% em relação às previsões iniciais. Já a queda na safra de soja deverá ficar em 18%.
No estado de Indiana, em Hartford City, um dos maiores produtores de grãos da região, Jim Kline, perdeu quase toda a produção de milho. Porém, as chuvas de julho e a passagem do furacão Isaac levaram água suficiente para uma boa safra de soja. Com os preços altos, ele espera um lucro histórico.
Cerca de 80% do milho e da soja nos Estados Unidos estão cobertos por um seguro. Segundo a seguradora estadual de Indiana, 98% dos agricultores devem acionar o benefício.
Entre os pecuaristas, a situação é ainda mais grave. O milho é o principal ingrediente da ração animal e, por causa da seca, o preço do grão disparou. Com isso, o gasto para manter o rebanho ficou insustentável e muitos fazendeiros tiveram que vender os animais, causando queda nos preços.
Segundo a economista Corinne Alexander, essa situação deve permanecer por pelo menos um ano: “Eles têm que comprar esse milho caríssimo, mas não vão ter um crescimento no preço do produto deles. Muitos estão falindo”.
A alimentação dos animais sempre foi o gasto número um do criador de porcos Brent Waibel. Além da disparada do preço dos grãos, o valor do porco caiu 10% desde maio, fenômeno que os criadores brasileiros também estão vivendo. “O custo da produção ficou muito alto. É minha maior despesa e ela não para de crescer. É muito incerteza e medo. O preço da alimentação é muito alto”, relata.
Ao contrário dos produtores de grãos, a maioria dos pecuaristas não tem seguro. Brent prefere seguir sem ajuda do governo. Ele fez as contas e decidiu manter a produção no mesmo padrão, usando as economias dos anos anteriores para cobrir os prejuízos e confiando que no ano que vem o mercado estará melhor.
As perdas nos Estados Unidos chegam a 15 milhões de toneladas de soja e a 102 milhões de toneladas de milho. Essa situação alterou os preços internacionais: a soja valorizou mais de 20% em um ano e o milho voltou a registrar os altos preços do ano passado.
Veja no vídeo, a entrevista completa com o coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues, que explica como os preços dos grãos interferem na economia.
fonte;g1

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