TIREM SUA CONCLUSÃO "O povo cobra o que não podemos dar", diz presidente da Câmara



E SÃO PAULO

"O problema é: você tem ódio do político que roubou em Brasília e bate no vereador na sua padaria". A queixa partiu do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, José Police Neto (PSD), 39, ao ser questionado sobre qual é a imagem dos vereadores na capital paulista. 

05/08/2012

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"Os grandes temas não são discutidos", afirma vereador Carlos Apolinario

Em entrevista à sãopaulo, Police afirmou que a Casa fez trabalhos importantes neste mandato, como a criação da Ficha Limpa para funcionários da administração municipal. E minimizou o fato de a maioria dos projetos de autoria dos parlamentares ser homenagens, batismo de vias e criação de datas no calendário oficial.

A seu ver, a divulgação de salários dos servidores neste ano provocou resistências dentro da Câmara, mas mostra que ela está mudando. "Toda mudança tem resistência [no início]. Mas o resultado disso na escala de tempo será melhor."




O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, José Police Neto (PSD), 39, em seu gabinete



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sãopaulo - Por que mais de 80% dos projetos aprovados de autoria dos vereadores ainda são de títulos de homenagem, nome de rua, data oficial?

Police Neto - A sociedade cobra isso do parlamentar. Aquele que tem mandado muito vinculado ao território acaba por ter essa demanda [da população]. Ninguém quer morar na rua A. É uma questão de cidadania.

Mas o volume de projetos desse tipo não é alto?

A cidade tem 1,5 mil km quadrados. Há loteamentos em processo de licenciamento que ainda vão ser denominados. Tem material para denominar nos próximos 15 anos. É a importância maior do Legislativo? Não. Por isso que o regime de tramitação é simplificado.

E as homenagens?

Isso é uma tradição. O que importa mais é compreender o mandato e verificar se tem ligação direta das homenagens com o mandato. Quando o [Gabriel] Chalita passou por aqui ele deu homenagens a padres, porque ele militava nesse setor. E as homenagens ocupam mais a Casa, servem para trazer a população.

Como avalia os trabalhos da Câmara nesta legislatura?

Houve projetos importantes e que dão exemplo para o país, como a concessão urbanística, a Ficha Limpa. Muitas vezes, a população cobra o que não podemos dar. O vereador não dá praça, asfaltamento. Quando não consegue internar alguém [na rede de saúde], é um desaforo.

O trabalho não é prejudicado quando se tem uma Câmara tão ligada ao governo?

Todo Parlamento será ligado ao governo. Não é saudável que [o governo] tenha minoria.

É saudável não ter praticamente nenhuma oposição?

É necessária [a oposição]. Teve a do PT, a do PC do B durante um período. Não temos cultura política ainda. Tem grande oposição em

Brasília? Não.

A Câmara hoje é pobre de ideias?

O Parlamento clássico era a reunião dos sábios. O contemporâneo é por mandato popular. Ninguém exige conhecimento, experiência. Ele tem a capacidade de interpretar o povo.

Qual imagem a população tem dos vereadores hoje?

Quem vem aqui fica maravilhado.

E em geral?

Em geral é ruim como a de qualquer político. O problema é: você tem ódio do político que roubou em Brasília e bate no vereador na sua padaria.

Todos eles trabalham bem?

Não acredito que alguém se apresente aqui para nada. Ele pode não ter vocação e acabou caindo aqui. Agora, não tem maldade. Ele não vem para fazer sacanagem. Aí você fala: não rendeu. Tem gente que não rende, como acontece na vida.

fonte;g1

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