Teerã, 16 mar2012 (EFE).- O Irã advertiu nesta sexta-feira os países da chamada "primavera árabe" que "potências hegemônicas antimuçulmanas" poderiam "sequestrar" suas revoluções e criticou novamente a Arábia Saudita por sua ajuda ao Governo de Bahrein na repressão dos protestos contra o regime.
Na oração de sexta-feira na Universidade de Teerã, principal tribuna política do Irã, o aiatolá Mohamad Emami Kashani acusou Riad de estar "sob a influência das potências hegemônicas (como o regime iraniano denomina os Estados Unidos e o Ocidente) e os sionistas" (Israel), por seu apoio à monarquia bareinita dos Khalifa.
"Não há diferença entre o levantamento da nação bareinita e o dos tunisianos, egípcios ou líbios", disse Kashani. Kashani criticou a intervenção de tropas do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), em sua maioria sauditas, na repressão aos protestos iniciados há mais de um ano em Bahrein, cuja elite governante é muçulmana sunita, mas a maioria da população é xiita, o mesmo que os iranianos. Desde que começaram os levantamentos em vários países árabes, no denominado "despertar islâmico", o Irã apoiou as revoluções na Tunísia, Egito, Líbia, Iêmen, Jordânia, Arábia Saudita e Bahrein.
No entanto, o país apoia firmemente o regime da Síria, do presidente Bashar al Assad, seu principal aliado árabe, e considera que o levantamento sírio, onde a repressão causou mais de 8 mil mortos segundo as Nações Unidas, é realizado por "grupos terroristas" apoiados por potências estrangeiras, especialmente os EUA.
O ministro de Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi, mostrou em fevereiro a sua preocupação em cartas aos responsáveis das Nações Unidas, do Conselho de Segurança da ONU, da Organização de Cooperação Islâmica, União Europeia, Liga Árabe e do Movimento dos Não-Alinhados. Segundo Salehi, a repressão em Bahrein "viola os direitos fundamentais de seus cidadãos" e "ameaça a paz e a estabilidade na região" do Golfo Pérsico, por isso que ele pediu "uma solução política através de um ambiente adequado e da melhora da confiança entre os cidadãos e o Governo".
Desde o dia 14 de fevereiro de 2011, dezenas de pessoas foram mortas em Bahrein na repressão das mobilizações para pedir reformas democráticas ao rei Hamad bin Issa al-Khalifa, segundo organizações internacionais de defesa dos direitos Humanos. O monarca bareinita acusou o Irã de apoiar os protestos contra seu regime, o que o próprio líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, negou, ao ressaltar que, se tivesse feito "a história teria sido outra". EFE cho/dsm
FONTE;R7
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https://veja.abril.com.br/mundo/potencias-antimuculmanas-podem-roubar-revolucoes-arabes-adverte-ira/
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