Os ministros de Finanças da zona do euro, o chamado Eurogrupo, cancelou nesta terça-feira a reunião marcada para quarta (15/02/2012) para discutir o resgate financeiro à Grécia porque o país "ainda não reuniu todas as condições" para conseguir a ajuda.
O presidente do Eurogrupo e primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, afirmou em comunicado que a Grécia precisa determinar "uma série de detalhes técnicos" com seus credores institucionais.
14/02/2012
Dentre as instituições relacionadas, está o grupo de negociadores do Banco Central Europeu, a União Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional), que formam a chamada "troika". Atenas ainda não especificou em que áreas precisará cortar para garantir o prometido corte de 325 milhões anuais exigidos pelo bloco europeu.
Juncker ainda espera as garantias dos líderes políticos de que o acordo será cumprido caso outro partido seja eleito para o governo grego nas eleições parlamentares deste ano, que acontecerão em abril.
ESFORÇOS
Nesta terça-feira, o governo grego se apressa para aprovar outro corte de 325 milhões de euros no orçamento para satisfazer os ministros das Finanças da zona do euro, que estudam a aprovação de um pacote de resgate para salvar o país de um default caótico.
Pressionados entre capitais europeias céticas e forte revolta na Grécia, líderes políticos devem também produzir compromissos por escrito para aderir aos termos do resgate de 130 bilhões de euros (US$ 172 bilhões), antes do encontro dos ministros na quarta-feira.
Um funcionário do governo consultado pela agência de notícias Reuters afirmou que o gabinete já tem uma proposta na mesa e o primeiro-ministro, Lucas Papademos, se reúne com ministro desde às 11 horas (horário de Brasília).
Parlamentares gregos aprovaram 3,3 bilhões de euros em cortes de salários, aposentadorias e empregos no domingo, mas deixou sem explicação 325 milhões de euros em cortes que a União Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional) querem esclarecer antes de aprovar o resgate.
Não houve um sinal imediato de que os líderes políticos registrariam por escrito uma garantia de que vão implementar os termos do resgate antes e depois das eleições esperadas para abril.
LINHA-DURA
Antonis Samaras, líder do partido conservador Nova Democracia e membro da coalizão, assumiu uma posição mais linha-dura em relação às medidas de austeridade do que outros na coalizão.
Ele é o favorito para se tornar primeiro-ministro em abril e, embora tenha votado "sim" no Parlamento no domingo e expulsado do partido um quarto dos seus deputados por se rebelarem, indicou que tentaria renegociar os termos do resgate.
Há uma dúvida crescente entre os credores internacionais da Grécia de que o país --ameaçado por uma profunda agitação social-- esteja disposto e seja capaz de passar por uma segunda rodada de austeridade punitiva desde 2010.
A Grécia precisa de financiamentos para evitar um calote desordenado quando 14,5 bilhões de euros em pagamentos de dívida vencerem em 20 de março.
QUEDA DO PIB
O escritório de estatísticas grego informou nesta terça-feira que o PIB registrou uma forte queda 7% no quarto trimestre de 2011, segundo as primeiras estimativas publicadas nesta terça-feira pelo escritório de estatísticas local.
Esta queda acontece depois de um retrocesso de 5% no terceiro trimestre.
O orçamento para 2011 previa uma recessão de 5,5% que deve prolongar-se em 2012 pelo quinto ano consecutivo. Em 2009 e 2010, a economia do país já havia encolhido 3,2% e 3,5%, respectivamente.
Devido à crise, a Grécia teve trimestres bastante difíceis neste ano --o PIB do país retraiu 7,4% e 8% nos dois primeiros e 5% no penúltimo, revelando o grau de deterioração dessa economia.
A recessão também pode ser explicada pelo compromisso com ajustes severos para controlar os gastos públicos e reformar a economia, ao custo de violentas manifestações.
Nesta semana, mais de cem pessoas ficaram feridas, e outra centena foi presa, em meio a uma onda de saques, depredações e incêndios, com a aprovação no parlamento de uma nova rodada de medidas de austeridade fiscal.
A aprovação desse pacote foi a condição para o país ter acesso a novas linhas de financiamento do FMI e da UE, e dessa forma, evitar o calote descontrolado de seus compromissos financeiros.
Além disso, o país ainda finaliza as negociações para reduzir o tamanho de sua dívida junto aos credores privados.
fonte;uol
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