Arrebatados?
Deixados para trás
Entre os protestantes, e alguns católicos, nesse final dos tempos, ouve-se muito falar no “arrebatamento”. Até foi feita uma série de filmes com o sugestivo nome de “Deixados para trás”, que por sua vez foi inspirada num conjunto de livros que tratam da vida de cristãos que “não foram arrebatados”, e como eles vivem sua recém-descoberta fé cristã na “tribulação”. [1]
08/02/2012
Mas o que vem a ser afinal, esta doutrina do “arrebatamento”, e ela encontra respaldo na Bíblia? O que nós, católicos, realmente, devemos esperar? Segundo os protestantes, com ligeiras variantes, o arrebatamento, portanto, consiste no encontro da igreja (a noiva) com Jesus (o noivo) nos ares. É o momento em que Jesus busca a sua igreja. Todos que NEle crêem serão arrebatados, ou seja, desaparecerão da terra para viverem com Ele nos céus até a segunda etapa da sua Segunda Vinda: o Aparecimento Glorioso. [2]
Para sustentar esta teoria, são utilizadas principalmente duas passagens bíblicas, que são: Mat 24, 39-41 E os homens de nada sabiam, até o momento em que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim será também na volta do Filho do Homem. Dois homens estarão no campo: um será tomado, o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo no mesmo moinho: uma será tomada a outra será deixada.
08/02/2012
1 Tess, 14-17: Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele morreram. Eis o que vos declaramos, conforme a palavra do Senhor: por ocasião da vinda do Senhor, nós que ficamos ainda vivos não precederemos os mortos. Quando for dado o sinal, à voz do arcanjo e ao som da trombeta de Deus, o mesmo Senhor descerá do céu e os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro. Depois nós, os vivos, os que estamos ainda na terra, seremos arrebatados juntamente com eles sobre nuvens ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.
São as únicas passagens na bíblia que mencionam especificamente o arrebatamento dos fiéis. Mas infelizmente para quem crê no arrebatamento, digamos, “pré-tribulacional”, [3] a própria bíblia desmente esse ponto de vista. É, mais uma vez, o mal de quem utiliza um texto, fora do contexto, mas sempre com um pretexto.
Observando a passagem de Mateus, vemos que “os homens de nada sabiam, até o momento em que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim também será na volta do Filho do Homem. Dois homens estarão no campo: um será tomado, o outro será deixado”. O versículo anterior sugere que a expressão “tomado e deixado” é justamente o contrário do que eles querem fazer crer! Pois, se o dilúvio levou a todos, e na volta do Filho do Homem será assim também, então podemos, sem sombra de dúvida, raciocinar que quem for levado, será levado como o foram os homens que pereceram no dilúvio, ou seja: morrerá!
É uma simples questão de lógica e interpretação correta do texto sagrado. Afinal, não houve arrebatamento dos fiéis durante o dilúvio, houve? No evangelho de Lucas vemos passagem semelhante. Mas em nenhuma delas podemos concluir com segurança que o “tomado e deixado” tenha algo a ver com o “arrebatamento pré-tribulacional”.
Quanto ao texto de 1 Tessalonicenses, a questão se apresenta ainda mais óbvia. Afinal, quando Cristo vier para julgar os homens, será Sua Segunda Vinda. Se Jesus voltasse antes disso, apenas para buscar os fiéis, então já não seria uma Segunda Vinda. Seria uma “Terceira Vinda”. (!!) Sem contar que todo o texto sugere que serão os sobreviventes da tribulação que serão arrebatados. Pois lemos: “Depois nós, os vivos, os que estamos ainda na terra (…)”. A passagem é clara.
No livro do Apocalipse, que é o livro por excelência do fim dos tempos, não há nenhuma menção a respeito do Arrebatamento. Pelo contrário, o Apocalipse dá a entender que os fiéis serão sim, duramente provados na fé, perseguidos e martirizados. Morrerão! Muitos deles derramarão seu sangue, para “lavarem suas vestes”.
Aliás, é maluquice pensar que alguns serão levados ao Céu de corpo e alma, sem passar pela morte física! Se nem Jesus se furtou da morte, nem Maria Santíssima! Imagina, que especialíssimos os protestantes que se acham acima do próprio Deus. Ou seja: TODOS nós morreremos fisicamente um dia!
Assim, vejamos no Apocalipse:
1, 10 – Nada temas ante o que hás de sofrer. Por estes dias o demônio vai lançar alguns de vós na prisão, para pôr-vos à prova. Tereis tribulações durante dez dias. Sê fiel até a morte e te darei a coroa da vida.
2, 26 – Então ao vencedor, ao que praticar minhas obras até o fim, dar-lhe-ei poder sobre as nações pagãs.
6, 10-11 – E clamavam em alta voz, dizendo: Até quando tu, que és o Senhor, o Santo, o Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem vingar o nosso sangue contra os habitantes da terra? Foi então dada a cada um deles uma veste branca, e foi-lhes dito que aguardassem ainda um pouco, até que se completasse o número dos companheiros de serviço e irmãos que estavam com eles para ser mortos.
7, 3 – Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que tenhamos assinalado os servos de nosso Deus em suas frontes.
Se os servos fossem arrebatados, por que Deus teria cuidado de marcá-los nas frontes, para que fossem reconhecidos entre os outros? Se houvesse o arrebatamento, não teria necessidade de marcação, já que os eleitos estariam em segurança no céu.
7,14 – Respondi-lhe: Meu Senhor, tu o sabes. E ele me disse: Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro.
Lavar as vestes no sangue do Cordeiro: tomar parte no seu martírio, derramar sangue por causa da fidelidade a Ele. A veste branca não é a roupa de pano, mas a perseverança na fé até as últimas conseqüências. Essa firmeza lava todos os defeitos que o fiel tem. [4]
9,4 – Mas foi-lhes dito que não causassem dano à erva, verdura, ou árvore alguma, mas somente aos homens que não têm o selo de Deus na fronte. (Ver explicação referente ao versículo 7,3.)
Os homens que não têm o selo de Deus serão aqueles que não ficarão na Nova Terra. Não quer dizer que se percam eternamente, mas sim que não ficarão vivos aqui, depois do Juízo Final. Ou seja: já terão morrido até aquele dia!
12, 11 – Mas estes venceram-no por causa do sangue do Cordeiro e de seu eloqüente testemunho. Desprezaram a vida até aceitar a morte.
13,10 – Quem procura prender será preso. Quem matar pela espada, pela espada deve ser morto. Esta é a ocasião para a constância e a confiança dos santos!
Há muito mais passagens como estas, porém penso que as citadas são mais do que suficientes para demonstrar que não haverá o arrebatamento como esperado pelos protestantes e até mesmo por alguns católicos. [5]
Porém, mais do que a questão bíblica da doutrina do arrebatamento, penso que é importante refletirmos sobre a questão moral que se impõe a respeito desse assunto. O que pensar a respeito de pessoas que esperam ser arrebatadas, para fugir da tribulação que virá para todos?
Podemos pensar num tremendo egoísmo por parte dos candidatos ao arrebatamento, já que sabemos que a tribulação será um período de muita fome, doenças, perseguição e desgraças sobre a terra. Como um verdadeiro cristão ficaria feliz no céu, vendo seus irmãos, até parentes, talvez os próprios filhos, sofrendo sob o jugo do maligno?
Não podemos crer que o Senhor estimule tal mesquinharia, escolhendo alguns e deixando outros, pois é bíblico: Deus não faz acepção de pessoas (Atos 10,34). Portanto, os candidatos a este tipo de arrebatamento deveriam no mínimo sentir vergonha de si mesmos, já que querem egoisticamente livrar-se da perseguição e quiçá, do martírio, que nem o próprio Senhor Jesus recusou. O discípulo não é maior que o mestre. (Jo 13,16).
Isso sem contar que muitos esperam este falso arrebatamento para se livrarem de problemas familiares, emocionais e até financeiros. Querem exatamente fugir da cruz. Não querem enfrentar junto com seus irmãos e irmãs o sofrimento purificador de toda a humanidade, para que esta renasça para uma vida de santidade plena, matando de vez para sempre o homem velho. Isso mostra não somente egoísmo, mas também covardia.
Devemos sim, neste momento, estar dispostos a perder a própria vida por amor a Cristo (Mat 16,25), e não procurar ser justos apenas para fugir à tribulação, pois quem não toma a cruz de cada dia e não segue a Jesus, não é digno dEle. (Lc 14,27). Isso se aplica principalmente às vicissitudes que deverão ser enfrentadas pelos cristãos neste fim dos tempos. (Ap 12,11). Nossa palavra de fé agora é: Pai: faça-se em mim segundo a tua vontade, não a minha! Foi assim que Jesus procedeu!
Através de revelações particulares, sabemos que o arrebatamento, na verdade, será o translado dos fiéis de um lugar para outro aqui mesmo na terra, apenas para salvá-los de perigo de morte iminente, a fim de que continuem a missão de evangelização a qual todos nós somos chamados através do batismo. Também serão protegidas as pessoas mais frágeis, que não podem se defender, como crianças, idosos, etc. Mas tais pessoas serão conduzidas a refúgios seguros aqui mesmo na terra.
Nossa Senhora, ao vidente católico Cláudio Heckert, diz: Já vos tenho dito: não temei! Não tenhais medo. Alegrai-vos vós que sois filhos da luz. A tempestade vem, mas os filhos da luz são protegidos… Os que estão nos abrigos, e estes são atingidos, serão arrebatados para abrigos seguros, conforme já vos disse, portanto, não deverão abandonar seus refúgios, ainda que sujeitos à calamidade, pois precisarão ajudar a muitos que procurarem. E muitos buscarão e deverão ser acolhidos. Depois serão levados a outros lugares seguros!
Tais abrigos, são refúgios da Igreja perseguida e atribulada, portanto, terão a finalidade de amparar os filhos da Igreja. Depois de cumprirem sua missão estes abrigos não serão mais necessários…Os outros,(refúgios, abrigos) que não serão atingidos, não necessitarão resgates para os que ali estão, pois todos estarão a salvo…
Mas os que estiverem nos abrigos… correrão o risco total… mas os filhos da luz viverão…
Portanto, mais uma vez vos peço: Não tenhais medo! Se cumprirdes bem vossa missão e viverdes em concordância com Deus, sereis salvos.
Não há o que correr atrás de segurança, pois ela não será encontrada em parte alguma, pois todos terão de passar pelas provações…Os filhos da luz, os que rezam, no entanto, encontrarão, sem procurar, o abrigo seguro, o refúgio. Amém ? É preciso que tudo aconteça… para a Glória de Deus! Amém? [6]
Devemos entender bem aqui estes “refúgios” e “abrigos”. Certos falsos profetas houve por aí que mandaram construir refúgios, enviaram pessoas para estes lugares, alguns venderam suas propriedades, largaram seus empregos tentando salvar sua pele nestes falsos locais. Depois os abandonaram! Todos estão largados às moscas, pessoas foram enganadas e muitos perderam seus bens! Quem paga esta conta? Tais profetas que Deus não enviou, por obras que Ele não mandou fazer!
Os refúgios que Nossa Senhora aqui menciona, são locais já designados por Deus, desde o princípio do mundo, para onde Ele mesmo já “arrebatou” a maioria das pessoas que deseja preservar vivas. E aqui, ninguém SE escolhe! Deus, somente Ele sabe que vai e quem fica, pois nem nestes locais, todos ficarão vivos!
Assim, se o Japão vai afundar inteiro, também a Holanda e dezenas de outras nações e estados desde os séculos o Pai Eterno já foi retirando daqueles países, estados e locais todos os que deseja preservar. Muitos já nasceram e vivem naqueles locais, há séculos suas famílias ali habitam sem saber, pois NINGUÉM sabe onde estes locais ficam. E por que Deus não os revela? Para evitar a especulação, a compra e venda de imóveis, que certamente faria explodir os preços! O homem é um tremendo cara de pau é como um Judas, a negociar com as coisas de Deus!
Assim, Nossa Senhora tem sido bem clara: todos terão de passar pelas provações. Sabemos que após os três dias de trevas, o purgatório será extinto. Os sofrimentos aceitos durante a nossa vida e principalmente durante a tribulação, serão o purgatório dos fiéis aqui na terra, já que futuramente não teremos purgatório para expiar nossos pecados. Ninguém pode afirmar que não tem pecados a reparar. Todos nós temos. E essa é, para nós, uma realidade que não deve ser desprezada.
Sabemos que todos os sofrimentos vividos na terra não são nada diante daqueles que teremos que sofrer no purgatório. Deus, na Sua infinita misericórdia, dispõe até do mal, para transformá-lo em um bem. Assim, mesmo os piores sofrimentos vividos na tribulação, se aceitos sem revolta, são para o bem de nossas almas e a renovação da face da terra. E todos são chamados a colaborar com sua parcela. Para tanto, nos diz Nossa Senhora: sem medo!
Nós devemos estar cientes da necessidade de ajudar nossos irmãos durante a tribulação: partilhar alimentos, acolher e cuidar durante as perseguições, durante as catástrofes, durante as doenças que virão. É nosso dever como cristãos, sempre procurar fazer o bem. Querer ser arrebatado à tribulação, querer se olvidar dos deveres cristãos em relação aos nossos irmãos menos afortunados é transgredir o mandamento de Deus que nos diz: “amar o próximo como a si mesmo”.
Há mais um fator preocupante na doutrina do arrebatamento. Várias revelações particulares nos dão conta que os demônios, utilizando-se do disfarce “ovni”, raptarão pessoas e as levarão consigo. As aparições de La Salette, aprovadas pela Igreja, dizem o seguinte: “Certas pessoas serão transportadas de um a outro lugar por estes espíritos maus e até sacerdotes, porque eles não serão conduzidos pelo bom espírito do Evangelho, que é um espírito de humildade, de caridade e de zelo pela glória de Deus.”[7]
Uma pessoa, acreditando no arrebatamento, pode ser persuadida a se deixar transportar pelos demônios, pois sabemos que o demônio se disfarça até em anjo de luz, para enganar os incautos. (1Cor 11,14) Isso acontecerá somente com estes fissurados em se arrebatar, que cegos, não perceberão os ardis do inimigo de suas almas. Até esse risco os adeptos do arrebatamento correm! [8]
Infelizmente ainda vemos a tendência preocupante em alguns católicos e/ou protestantes, de criar aqui na terra “refúgios” e “arcas”. Tal procedimento é claramente condenado pela Bíblia, como está em Mateus 16,25 – Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á.
Posto isso, podemos definir ou sintetizar os três diferentes modos de arrebatamento:
1 – Serão protegidos e levados para locais seguros, muitas crianças, até de berço, e também velhos e doentes, mas NEM TODOS, apenas os que Deus quer preservar! Os outros partirão, como os demais.
2 – Já está nos locais certos a maioria das pessoas escolhidas, para no futuro – depois do Juízo Final – povoarem a Nova Terra, prometida por Deus. Dificilmente, porém uma família restará inteira, disso podem ter certeza!
3 – Muitos que estarão na luta ajudando aos milhares de feridos e doentes atingidos pelas catástrofes, serão também protegidos de forma especial nos locais onde estão, porque Deus quer continuar precisando de seus braços, de seu amor. Estas pessoas também, muitas delas, serão arrebatadas até para países distantes, num piscar de olhos, para que lá atendam o chamado de Deus a auxiliar os necessitados. E haverá muito que fazer! Podem acreditar! A terra ficará em frangalhos depois que a Justiça passar aqui!
Portanto, devemos sempre nos manter em humildade e oração, reconhecendo sempre nossa miséria perante o Senhor, e ao invés de querermos nos “safar” das tribulações, pedir a Deus a força e o discernimento necessário, para que sejamos bons cristãos, evangelizadores, lutando sem temor pelo Novo Reino que virá. Com ou sem tribulação! E sim, estando dispostos também a morrer por esta causa, pois o verdadeiro prêmio é a eternidade com Cristo e não aqui nesta terra.
Em resumo: Deixar tudo nas mãos de Deus, e procurar manter sempre o estado de graça, para pertencer a Ele. Só estes terão uma chance de passar vivos pela tribulação!
Abraços
Maria
[1] – Mais informações, visitar a página: http://pt.wikipedia.org/wiki/Left_Behind
[2] – http://www.tempodofim.com/arrebatamento.htm
[3] – antes da Grande Tribulação.
[4] – http://www.diocesedejundiai.org.br/missionariospalavra/20051024.htm
Obs. O texto citado nesse site afirma que as profecias apocalípticas já aconteceram, segundo a visão de alguns teólogos católicos que afirmam que o apocalipse se deu durante o o reinado do Imperador Nero.
[5] – Para ver mais refutações bíblicas à doutrina do arrebatamento, acesse: http://www.rainhamaria.com.br/Pagina/561/Deixados-para-Tras-A-Doutrina-do-Arrebatamento
[6] – http://www.recados.aarao.nom.br/artigo_ler.asp?id_artigo=298
[7] – http://www.recados.aarao.nom.br/artigo_ler.asp?id_artigo=520
[8] – N. A. – A título de curiosidade, tive, há tempos atrás, um sonho em que os demônios, em “naves voadoras”, vagavam pelas ruas e tentavam raptar as crianças. Foi um sonho muito real e infelizmente, muito possível de se realizar, pois durante a tribulação o maligno terá muito poder sobre a terra.
>>>Texto do PORTAL G1 – Crença no Arrebatamento é colagem de textos bíblicos, dizem especialistas
Tentativa de harmonizar profecias apocalípticas data do século 19.Autores da Bíblia escreveram pensando em seu contexto imediato
>>>A Verdade sobre o Arrebatamento, entendido também por protestantes
NSRA: Arrebatamento para lugares seguros
>>>COMUNIDADE NO ORKUT
Mas o que vem a ser afinal, esta doutrina do “arrebatamento”, e ela encontra respaldo na Bíblia? O que nós, católicos, realmente, devemos esperar? Segundo os protestantes, com ligeiras variantes, o arrebatamento, portanto, consiste no encontro da igreja (a noiva) com Jesus (o noivo) nos ares. É o momento em que Jesus busca a sua igreja. Todos que NEle crêem serão arrebatados, ou seja, desaparecerão da terra para viverem com Ele nos céus até a segunda etapa da sua Segunda Vinda: o Aparecimento Glorioso. [2]
Para sustentar esta teoria, são utilizadas principalmente duas passagens bíblicas, que são: Mat 24, 39-41 E os homens de nada sabiam, até o momento em que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim será também na volta do Filho do Homem. Dois homens estarão no campo: um será tomado, o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo no mesmo moinho: uma será tomada a outra será deixada.
08/02/2012
1 Tess, 14-17: Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele morreram. Eis o que vos declaramos, conforme a palavra do Senhor: por ocasião da vinda do Senhor, nós que ficamos ainda vivos não precederemos os mortos. Quando for dado o sinal, à voz do arcanjo e ao som da trombeta de Deus, o mesmo Senhor descerá do céu e os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro. Depois nós, os vivos, os que estamos ainda na terra, seremos arrebatados juntamente com eles sobre nuvens ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.
São as únicas passagens na bíblia que mencionam especificamente o arrebatamento dos fiéis. Mas infelizmente para quem crê no arrebatamento, digamos, “pré-tribulacional”, [3] a própria bíblia desmente esse ponto de vista. É, mais uma vez, o mal de quem utiliza um texto, fora do contexto, mas sempre com um pretexto.
Observando a passagem de Mateus, vemos que “os homens de nada sabiam, até o momento em que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim também será na volta do Filho do Homem. Dois homens estarão no campo: um será tomado, o outro será deixado”. O versículo anterior sugere que a expressão “tomado e deixado” é justamente o contrário do que eles querem fazer crer! Pois, se o dilúvio levou a todos, e na volta do Filho do Homem será assim também, então podemos, sem sombra de dúvida, raciocinar que quem for levado, será levado como o foram os homens que pereceram no dilúvio, ou seja: morrerá!
É uma simples questão de lógica e interpretação correta do texto sagrado. Afinal, não houve arrebatamento dos fiéis durante o dilúvio, houve? No evangelho de Lucas vemos passagem semelhante. Mas em nenhuma delas podemos concluir com segurança que o “tomado e deixado” tenha algo a ver com o “arrebatamento pré-tribulacional”.
Quanto ao texto de 1 Tessalonicenses, a questão se apresenta ainda mais óbvia. Afinal, quando Cristo vier para julgar os homens, será Sua Segunda Vinda. Se Jesus voltasse antes disso, apenas para buscar os fiéis, então já não seria uma Segunda Vinda. Seria uma “Terceira Vinda”. (!!) Sem contar que todo o texto sugere que serão os sobreviventes da tribulação que serão arrebatados. Pois lemos: “Depois nós, os vivos, os que estamos ainda na terra (…)”. A passagem é clara.
No livro do Apocalipse, que é o livro por excelência do fim dos tempos, não há nenhuma menção a respeito do Arrebatamento. Pelo contrário, o Apocalipse dá a entender que os fiéis serão sim, duramente provados na fé, perseguidos e martirizados. Morrerão! Muitos deles derramarão seu sangue, para “lavarem suas vestes”.
Aliás, é maluquice pensar que alguns serão levados ao Céu de corpo e alma, sem passar pela morte física! Se nem Jesus se furtou da morte, nem Maria Santíssima! Imagina, que especialíssimos os protestantes que se acham acima do próprio Deus. Ou seja: TODOS nós morreremos fisicamente um dia!
Assim, vejamos no Apocalipse:
1, 10 – Nada temas ante o que hás de sofrer. Por estes dias o demônio vai lançar alguns de vós na prisão, para pôr-vos à prova. Tereis tribulações durante dez dias. Sê fiel até a morte e te darei a coroa da vida.
2, 26 – Então ao vencedor, ao que praticar minhas obras até o fim, dar-lhe-ei poder sobre as nações pagãs.
6, 10-11 – E clamavam em alta voz, dizendo: Até quando tu, que és o Senhor, o Santo, o Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem vingar o nosso sangue contra os habitantes da terra? Foi então dada a cada um deles uma veste branca, e foi-lhes dito que aguardassem ainda um pouco, até que se completasse o número dos companheiros de serviço e irmãos que estavam com eles para ser mortos.
7, 3 – Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que tenhamos assinalado os servos de nosso Deus em suas frontes.
Se os servos fossem arrebatados, por que Deus teria cuidado de marcá-los nas frontes, para que fossem reconhecidos entre os outros? Se houvesse o arrebatamento, não teria necessidade de marcação, já que os eleitos estariam em segurança no céu.
7,14 – Respondi-lhe: Meu Senhor, tu o sabes. E ele me disse: Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro.
Lavar as vestes no sangue do Cordeiro: tomar parte no seu martírio, derramar sangue por causa da fidelidade a Ele. A veste branca não é a roupa de pano, mas a perseverança na fé até as últimas conseqüências. Essa firmeza lava todos os defeitos que o fiel tem. [4]
9,4 – Mas foi-lhes dito que não causassem dano à erva, verdura, ou árvore alguma, mas somente aos homens que não têm o selo de Deus na fronte. (Ver explicação referente ao versículo 7,3.)
Os homens que não têm o selo de Deus serão aqueles que não ficarão na Nova Terra. Não quer dizer que se percam eternamente, mas sim que não ficarão vivos aqui, depois do Juízo Final. Ou seja: já terão morrido até aquele dia!
12, 11 – Mas estes venceram-no por causa do sangue do Cordeiro e de seu eloqüente testemunho. Desprezaram a vida até aceitar a morte.
13,10 – Quem procura prender será preso. Quem matar pela espada, pela espada deve ser morto. Esta é a ocasião para a constância e a confiança dos santos!
Há muito mais passagens como estas, porém penso que as citadas são mais do que suficientes para demonstrar que não haverá o arrebatamento como esperado pelos protestantes e até mesmo por alguns católicos. [5]
Porém, mais do que a questão bíblica da doutrina do arrebatamento, penso que é importante refletirmos sobre a questão moral que se impõe a respeito desse assunto. O que pensar a respeito de pessoas que esperam ser arrebatadas, para fugir da tribulação que virá para todos?
Podemos pensar num tremendo egoísmo por parte dos candidatos ao arrebatamento, já que sabemos que a tribulação será um período de muita fome, doenças, perseguição e desgraças sobre a terra. Como um verdadeiro cristão ficaria feliz no céu, vendo seus irmãos, até parentes, talvez os próprios filhos, sofrendo sob o jugo do maligno?
Não podemos crer que o Senhor estimule tal mesquinharia, escolhendo alguns e deixando outros, pois é bíblico: Deus não faz acepção de pessoas (Atos 10,34). Portanto, os candidatos a este tipo de arrebatamento deveriam no mínimo sentir vergonha de si mesmos, já que querem egoisticamente livrar-se da perseguição e quiçá, do martírio, que nem o próprio Senhor Jesus recusou. O discípulo não é maior que o mestre. (Jo 13,16).
Isso sem contar que muitos esperam este falso arrebatamento para se livrarem de problemas familiares, emocionais e até financeiros. Querem exatamente fugir da cruz. Não querem enfrentar junto com seus irmãos e irmãs o sofrimento purificador de toda a humanidade, para que esta renasça para uma vida de santidade plena, matando de vez para sempre o homem velho. Isso mostra não somente egoísmo, mas também covardia.
Devemos sim, neste momento, estar dispostos a perder a própria vida por amor a Cristo (Mat 16,25), e não procurar ser justos apenas para fugir à tribulação, pois quem não toma a cruz de cada dia e não segue a Jesus, não é digno dEle. (Lc 14,27). Isso se aplica principalmente às vicissitudes que deverão ser enfrentadas pelos cristãos neste fim dos tempos. (Ap 12,11). Nossa palavra de fé agora é: Pai: faça-se em mim segundo a tua vontade, não a minha! Foi assim que Jesus procedeu!
Através de revelações particulares, sabemos que o arrebatamento, na verdade, será o translado dos fiéis de um lugar para outro aqui mesmo na terra, apenas para salvá-los de perigo de morte iminente, a fim de que continuem a missão de evangelização a qual todos nós somos chamados através do batismo. Também serão protegidas as pessoas mais frágeis, que não podem se defender, como crianças, idosos, etc. Mas tais pessoas serão conduzidas a refúgios seguros aqui mesmo na terra.
Nossa Senhora, ao vidente católico Cláudio Heckert, diz: Já vos tenho dito: não temei! Não tenhais medo. Alegrai-vos vós que sois filhos da luz. A tempestade vem, mas os filhos da luz são protegidos… Os que estão nos abrigos, e estes são atingidos, serão arrebatados para abrigos seguros, conforme já vos disse, portanto, não deverão abandonar seus refúgios, ainda que sujeitos à calamidade, pois precisarão ajudar a muitos que procurarem. E muitos buscarão e deverão ser acolhidos. Depois serão levados a outros lugares seguros!
Tais abrigos, são refúgios da Igreja perseguida e atribulada, portanto, terão a finalidade de amparar os filhos da Igreja. Depois de cumprirem sua missão estes abrigos não serão mais necessários…Os outros,(refúgios, abrigos) que não serão atingidos, não necessitarão resgates para os que ali estão, pois todos estarão a salvo…
Mas os que estiverem nos abrigos… correrão o risco total… mas os filhos da luz viverão…
Portanto, mais uma vez vos peço: Não tenhais medo! Se cumprirdes bem vossa missão e viverdes em concordância com Deus, sereis salvos.
Não há o que correr atrás de segurança, pois ela não será encontrada em parte alguma, pois todos terão de passar pelas provações…Os filhos da luz, os que rezam, no entanto, encontrarão, sem procurar, o abrigo seguro, o refúgio. Amém ? É preciso que tudo aconteça… para a Glória de Deus! Amém? [6]
Devemos entender bem aqui estes “refúgios” e “abrigos”. Certos falsos profetas houve por aí que mandaram construir refúgios, enviaram pessoas para estes lugares, alguns venderam suas propriedades, largaram seus empregos tentando salvar sua pele nestes falsos locais. Depois os abandonaram! Todos estão largados às moscas, pessoas foram enganadas e muitos perderam seus bens! Quem paga esta conta? Tais profetas que Deus não enviou, por obras que Ele não mandou fazer!
Os refúgios que Nossa Senhora aqui menciona, são locais já designados por Deus, desde o princípio do mundo, para onde Ele mesmo já “arrebatou” a maioria das pessoas que deseja preservar vivas. E aqui, ninguém SE escolhe! Deus, somente Ele sabe que vai e quem fica, pois nem nestes locais, todos ficarão vivos!
Assim, se o Japão vai afundar inteiro, também a Holanda e dezenas de outras nações e estados desde os séculos o Pai Eterno já foi retirando daqueles países, estados e locais todos os que deseja preservar. Muitos já nasceram e vivem naqueles locais, há séculos suas famílias ali habitam sem saber, pois NINGUÉM sabe onde estes locais ficam. E por que Deus não os revela? Para evitar a especulação, a compra e venda de imóveis, que certamente faria explodir os preços! O homem é um tremendo cara de pau é como um Judas, a negociar com as coisas de Deus!
Assim, Nossa Senhora tem sido bem clara: todos terão de passar pelas provações. Sabemos que após os três dias de trevas, o purgatório será extinto. Os sofrimentos aceitos durante a nossa vida e principalmente durante a tribulação, serão o purgatório dos fiéis aqui na terra, já que futuramente não teremos purgatório para expiar nossos pecados. Ninguém pode afirmar que não tem pecados a reparar. Todos nós temos. E essa é, para nós, uma realidade que não deve ser desprezada.
Sabemos que todos os sofrimentos vividos na terra não são nada diante daqueles que teremos que sofrer no purgatório. Deus, na Sua infinita misericórdia, dispõe até do mal, para transformá-lo em um bem. Assim, mesmo os piores sofrimentos vividos na tribulação, se aceitos sem revolta, são para o bem de nossas almas e a renovação da face da terra. E todos são chamados a colaborar com sua parcela. Para tanto, nos diz Nossa Senhora: sem medo!
Nós devemos estar cientes da necessidade de ajudar nossos irmãos durante a tribulação: partilhar alimentos, acolher e cuidar durante as perseguições, durante as catástrofes, durante as doenças que virão. É nosso dever como cristãos, sempre procurar fazer o bem. Querer ser arrebatado à tribulação, querer se olvidar dos deveres cristãos em relação aos nossos irmãos menos afortunados é transgredir o mandamento de Deus que nos diz: “amar o próximo como a si mesmo”.
Há mais um fator preocupante na doutrina do arrebatamento. Várias revelações particulares nos dão conta que os demônios, utilizando-se do disfarce “ovni”, raptarão pessoas e as levarão consigo. As aparições de La Salette, aprovadas pela Igreja, dizem o seguinte: “Certas pessoas serão transportadas de um a outro lugar por estes espíritos maus e até sacerdotes, porque eles não serão conduzidos pelo bom espírito do Evangelho, que é um espírito de humildade, de caridade e de zelo pela glória de Deus.”[7]
Uma pessoa, acreditando no arrebatamento, pode ser persuadida a se deixar transportar pelos demônios, pois sabemos que o demônio se disfarça até em anjo de luz, para enganar os incautos. (1Cor 11,14) Isso acontecerá somente com estes fissurados em se arrebatar, que cegos, não perceberão os ardis do inimigo de suas almas. Até esse risco os adeptos do arrebatamento correm! [8]
Infelizmente ainda vemos a tendência preocupante em alguns católicos e/ou protestantes, de criar aqui na terra “refúgios” e “arcas”. Tal procedimento é claramente condenado pela Bíblia, como está em Mateus 16,25 – Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á.
Posto isso, podemos definir ou sintetizar os três diferentes modos de arrebatamento:
1 – Serão protegidos e levados para locais seguros, muitas crianças, até de berço, e também velhos e doentes, mas NEM TODOS, apenas os que Deus quer preservar! Os outros partirão, como os demais.
2 – Já está nos locais certos a maioria das pessoas escolhidas, para no futuro – depois do Juízo Final – povoarem a Nova Terra, prometida por Deus. Dificilmente, porém uma família restará inteira, disso podem ter certeza!
3 – Muitos que estarão na luta ajudando aos milhares de feridos e doentes atingidos pelas catástrofes, serão também protegidos de forma especial nos locais onde estão, porque Deus quer continuar precisando de seus braços, de seu amor. Estas pessoas também, muitas delas, serão arrebatadas até para países distantes, num piscar de olhos, para que lá atendam o chamado de Deus a auxiliar os necessitados. E haverá muito que fazer! Podem acreditar! A terra ficará em frangalhos depois que a Justiça passar aqui!
Portanto, devemos sempre nos manter em humildade e oração, reconhecendo sempre nossa miséria perante o Senhor, e ao invés de querermos nos “safar” das tribulações, pedir a Deus a força e o discernimento necessário, para que sejamos bons cristãos, evangelizadores, lutando sem temor pelo Novo Reino que virá. Com ou sem tribulação! E sim, estando dispostos também a morrer por esta causa, pois o verdadeiro prêmio é a eternidade com Cristo e não aqui nesta terra.
Em resumo: Deixar tudo nas mãos de Deus, e procurar manter sempre o estado de graça, para pertencer a Ele. Só estes terão uma chance de passar vivos pela tribulação!
Abraços
Maria
[1] – Mais informações, visitar a página: http://pt.wikipedia.org/wiki/Left_Behind
[2] – http://www.tempodofim.com/arrebatamento.htm
[3] – antes da Grande Tribulação.
[4] – http://www.diocesedejundiai.org.br/missionariospalavra/20051024.htm
Obs. O texto citado nesse site afirma que as profecias apocalípticas já aconteceram, segundo a visão de alguns teólogos católicos que afirmam que o apocalipse se deu durante o o reinado do Imperador Nero.
[5] – Para ver mais refutações bíblicas à doutrina do arrebatamento, acesse: http://www.rainhamaria.com.br/Pagina/561/Deixados-para-Tras-A-Doutrina-do-Arrebatamento
[6] – http://www.recados.aarao.nom.br/artigo_ler.asp?id_artigo=298
[7] – http://www.recados.aarao.nom.br/artigo_ler.asp?id_artigo=520
[8] – N. A. – A título de curiosidade, tive, há tempos atrás, um sonho em que os demônios, em “naves voadoras”, vagavam pelas ruas e tentavam raptar as crianças. Foi um sonho muito real e infelizmente, muito possível de se realizar, pois durante a tribulação o maligno terá muito poder sobre a terra.
>>>Texto do PORTAL G1 – Crença no Arrebatamento é colagem de textos bíblicos, dizem especialistas
Tentativa de harmonizar profecias apocalípticas data do século 19.Autores da Bíblia escreveram pensando em seu contexto imediato
>>>A Verdade sobre o Arrebatamento, entendido também por protestantes
NSRA: Arrebatamento para lugares seguros
>>>COMUNIDADE NO ORKUT
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